A tradudução literária, trasformou minha vida, e pode mudar a sua.
Sempre gostei do português, e nem preciso falar do Brasil e do povo brasileiro. Vir morar aqui, pra mim, foi algo divino, mas também com um propósito. De alguma forma, eu precisava contribuir com algo.
Comecei a ler livros no idioma. Lembro do primeiro: foi um presente da minha irmã, pra me ajudar a me aprofundar na língua mais rápido. Depois, dando aulas de espanhol, aprimorei ainda mais a minha fala. É por isso que eu sempre insisto: interagir, ler e escrever, mesmo que com erros, só vai te deixar mais fluente, e você nem vai perceber. Isso é o mais maravilhoso. Vai por mim.
Fala mesmo errado, aguenta esse sotaque estranho, seja forte, sim! Um dia você chega lá. Mas olha só: tem que correr atrás e se cobrar o suficiente.

A importância de unir o espanhol do português?
A tradução literária entre espanhol e português nunca foi tão necessária quanto hoje, principalmente considerando a proximidade entre os países.
O espanhol é a segunda língua mais falada no mundo. Existem vinte e dois países ao redor do Brasil, e mais acima, que falam espanhol. Isso tem a ver com a história, aquela coisa do Tratado de Tordesilhas… mas não é aqui que vamos entrar nesse passado. Pensando nisso, a motivação pra aprender deveria ser ainda maior.
“Ah, mas eu prefiro o inglês.” Tudo bem, eu também prefiro… só que não pego! Enfim.
Se não quiser falar, beleza. Mas, por favor, leia. Porque a leitura, nem que seja num bilhete, pode te ajudar a pedir socorro.
A própria Xuxa passou por algo assim. Durante um evento, um fã levantou um cartaz que dizia: “Xuxa, SOS MI VIDA”. Ela, preocupada, achou que alguém estava pedindo ajuda, interpretando o “SOS” como um chamado de socorro, como em “save our souls”. Na hora, pediu pra alguém da equipe verificar o que estava acontecendo.
Mas, na verdade, era só uma linda declaração de carinho.
No espanhol rioplatense, como se fala na Argentina e no Uruguai, “sos” é a forma usada pra dizer “você é”. Ou seja, o cartaz dizia: “Xuxa, você é minha vida.”
Percebe?
Por que traduzir comigo?

Traduza comigo aquilo que você quis transmitir, sem que a literalidade distorça o seu texto.
Tive a experiência de ler o mesmo livro em dois idiomas e perceber que, em alguns trechos, a intenção original do autor não foi respeitada.
Recusei-me a repetir isso com uma obra minha.
Acredito que qualquer livro, ao ser traduzido para centenas de línguas, passe por isso. Mas só quem escreve entende o quanto é importante preservar o que está sendo contado.
Como se vive a emoção, o que se diz. O humor precisa ser percebido; a tristeza, a dor, a gargalhada, a ironia, a dúvida…
Tudo carrega uma conexão idiomática e, dependendo da região, pode mudar completamente.
No Rio da Prata (Uruguai/Argentina), não se fala como no Chile, no Peru, no México, na América Central, e muito menos como na Espanha.
Usar termos e querer generalizar é um erro.
Dou um exemplo:
A palavra “cachucha” existe no castelhano. Para os espanhóis refere-se a uma dança andaluza.
Em alguns países da América Latina, é o nome dado a bonés ou chapéus.
Na Argentina, porém, é uma forma vulgar de se referir à vulva.
Agora imagine uma cena em que se relata que um artista, vencendo a timidez, finalmente foi cantar na praça e passou sua cachucha para todos ali.
Nem todo falante de espanhol está imerso nessas nuances. Pode ficar completamente fora de contexto.
E é aí que entra o valor de quem é nativo, conhecedor dessas sutilezas, e, sobretudo, escritor. Só assim é possível fazer uma tradução fiel de verdade.
Sou a intérprete perfeita para a tradução literária da sua obra
Já contei em outro post as coisas que faço para escrever meu livro, e o seu não é menos significativo. Eu preciso senti-lo, e esse trabalho eu faço junto com o autor.
Sou a maior intérprete da escrita, e duvido que muitos autores atuem os personagens antes de escrever. Duvido mesmo.
Um espanhol não vai resgatar sua filha dos bandidos com os mesmos xingamentos que um sul-americano. Se isso não for bem transmitido, a emoção se perde e vira um trecho vazio. Algo que deveria causar orgulho, empatia e sensação de heroísmo, torna-se uma passagem lisa e esmaecida.
Preciso que o mundo entenda, e que você, autor que está me lendo, saiba: a tradução literária não pode ser apenas traduzida; ela deve ser interpretada.
Esse medo de que não soe como a sua voz não existe comigo, porque eu não tenho autoridade moral para interferir na sua autoria. Afinal, o livro é seu.
Uma resposta
Por qué traducir contigo? Por qué sos una genia y tenés un don para expresar y para tenernos paciencia. Gracias 😊